Ocorrências de enchentes históricas em Porto resultaram em ocupações por famílias desalojadas, no centro da cidade, devido à falta de moradia.
As ocupações de edifícios vazios têm se tornado mais frequentes em São Paulo. Pelo menos cinco ocupações foram registradas na região central da cidade desde o início do ano. A mais recente ocupação, realizada por um grupo de artistas e estudantes, chamou a atenção da imprensa local.
Além das ocupações, também temos visto um aumento nas moradias improvisadas em áreas de risco. As habitações temporárias têm se multiplicado nas margens dos rios, especialmente após as fortes chuvas da última semana. A prefeitura anunciou medidas para tentar conter as invasões e garantir a segurança das famílias afetadas. enchentes em Porto
Ocupações em Porto Alegre: Uma Realidade Emergente
A Agência Brasil teve a oportunidade de visitar uma das ocupações que atualmente abriga em torno de 48 famílias, totalizando mais de 120 pessoas. Localizada no centro histórico da cidade, em um edifício abandonado há mais de uma década, esta ocupação é conhecida como Ocupação Desalojados pela Enchente Rio Mais Grande do Sul.
Diferentemente das invasões anteriores que ocorreram nos últimos dias, esta ocupação não foi liderada por um movimento social organizado, mas sim por famílias que, diante da situação de moradias improvisadas, procuraram uma alternativa para a falta de habitação e adentraram o prédio em 24 de maio. Entre os ocupantes, destacam-se Liziane Pacheco Dutra e seu marido Anselmo Pereira Gomes, membros da ocupação O Rio Mais Grande do Sul.
Liziane, uma faxineira de 37 anos, mudou-se com sua família para a ocupação após a casa deles, localizada no bairro Rio Branco, ser inundada até o telhado. Ela expressou sua frustração com a situação, mencionando a existência de diversos prédios desocupados em Porto Alegre que poderiam ser utilizados para abrigar aqueles que perderam tudo nas enchentes.
Carlos Eduardo Marques, um pedreiro e técnico de celulares de 43 anos, é outro morador da ocupação. Ele relata que a família perdeu tudo no bairro Sarandi e, sem ter para onde ir, decidiu unir-se a outras famílias insatisfeitas nos abrigos para ocupar o edifício abandonado. Carlos destaca a resistência das famílias em aceitar ser realocadas para moradias temporárias ou abrigos, enfatizando a necessidade de uma solução mais digna para todos.
As novas ocupações refletem o agravamento da crise habitacional em Porto Alegre. De acordo com dados da Fundação João Pinheiro, em 2019, a cidade apresentava um déficit habitacional de mais de 87 mil residências. Essa situação se intensificou com as enchentes que desalojaram mais de 388 mil pessoas em todo o estado, conforme relatado pelo último boletim da Defesa Civil.
Carlos e Liziane, juntamente com outras famílias, enfrentam agora um desafio judicial, uma vez que a empresa proprietária do prédio entrou com uma ação contra eles. O prazo estabelecido para desocupação é de 60 dias, com término em 12 de agosto. No entanto, as famílias permanecem firmes em sua decisão de não se mudarem para locais que consideram inadequados, reafirmando sua luta por condições de moradia dignas.
Fonte: @ Agencia Brasil
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