A pasta emitiu nota técnica recomendando vigilância sobre a possibilidade de transmissão vertical do vírus durante a gestação.
Cientistas do Instituto Evandro Chagas (IEC), vinculado ao Ministério da Saúde (MS), identificaram indícios de que a microcefalia, condição associada a problemas no desenvolvimento do cérebro, pode estar relacionada à febre oropouche, enfermidade transmitida por mosquitos, que pode ser transmitida da mãe para o bebê durante a gestação.
O Ministério da Saúde emitiu um alerta sobre a importância de prevenir a propagação da febre oropouche, visando reduzir os casos de microcefalia em recém-nascidos. É fundamental que medidas de controle vetorial sejam adotadas para evitar a disseminação do vírus, protegendo assim a saúde das gestantes e dos bebês.
Alerta sobre a transmissão vertical do vírus da oropouche
Diante da descoberta, o Ministério da Saúde emitiu uma nota técnica neste fim de semana, reforçando a importância de Estados e municípios manterem a vigilância sobre a possibilidade de transmissão vertical do vírus da oropouche, especialmente em casos de microcefalia. O alerta foi emitido após o Instituto Evandro Chagas (IEC) identificar a presença de anticorpos contra o vírus em bebês com microcefalia, além de material genético do vírus em um feto natimorto de 30 semanas de gestação.
Os estudos realizados destacam a evidência da transmissão vertical do vírus, embora as limitações do estudo não permitam confirmar que a infecção durante a gestação seja a causa das malformações neurológicas nos bebês. As análises com recém-nascidos foram conduzidas recentemente, com resultados negativos para outras infecções como zika e chikungunya.
Além disso, não foram identificadas nas mães outras possíveis causas de microcefalia, como toxoplasmose ou sífilis. Os pesquisadores detectaram a presença de anticorpos contra o vírus da oropouche em bebês com microcefalia, indicando a possibilidade de transmissão vertical do vírus.
Investigações laboratoriais em um caso de morte fetal revelaram a presença do vírus OROV em diversas amostras, incluindo tecidos fetais. Essa descoberta reforça a evidência da transmissão vertical do vírus da oropouche.
Estudos com animais infectados por vírus semelhantes ao OROV demonstraram a possibilidade de transmissão vertical, podendo resultar em abortos e malformações fetais. O Ministério da Saúde ressalta que, embora a transmissão do vírus da oropouche da mãe para o bebê seja considerada desde os primeiros surtos no Brasil, ainda não há evidências científicas sólidas que confirmem essa transmissão.
O pesquisador Pedro Vasconcelos, do IEC, destaca a importância de realizar mais testes para comprovar a presença do vírus oropouche nos casos de microcefalia. A detecção de anticorpos IgM é indicativa de infecção, sugerindo que o vírus pode estar relacionado aos casos de microcefalia observados. A investigação continua para esclarecer a relação entre o vírus da oropouche e a microcefalia.
Fonte: © Notícias ao Minuto
Comentários sobre este artigo