Teste desenvolvido por cientistas da University College London auxilia na prescrição de tratamentos precoces para Parkinson.
Uma pesquisa realizada por especialistas da Universidade de São Paulo (USP) e do Hospital das Clínicas de São Paulo emprega inteligência artificial (IA) para detectar o Parkinson com antecedência de até cinco anos antes dos primeiros sinais.
O avanço tecnológico nessa área da medicina tem o potencial de revolucionar o diagnóstico precoce da doença de Parkinson, proporcionando aos pacientes uma melhor qualidade de vida e mais opções de tratamento. desenvolvido por cientistas
Parkinson: Pesquisa e Desenvolvimento
Um estudo recente sobre a doença de Parkinson foi divulgado na revista Nature Communications na terça-feira (18). O Parkinson é uma condição neurológica progressiva que afeta principalmente os movimentos do paciente, manifestando-se por tremores, rigidez muscular, dificuldade de locomoção e fala, lentidão nos movimentos e perda de equilíbrio. No Brasil, estima-se que cerca de 200 mil pessoas sejam afetadas pela doença de Parkinson.
A doença de Parkinson é causada pela degeneração das células nervosas que produzem dopamina, localizadas em uma região do cérebro responsável pelo controle do movimento. A detecção precoce e a previsão do Parkinson são cruciais para o desenvolvimento de tratamentos que possam retardar ou interromper a progressão da doença, protegendo as células cerebrais produtoras de dopamina.
Kevin Mills, do Instituto de Saúde Infantil da UCL Great Ormond Street, destaca a importância de diagnosticar os pacientes antes que os sintomas se manifestem, uma vez que não é possível regenerar as células cerebrais. Nesse contexto, os pesquisadores optaram por utilizar inteligência artificial, especificamente aprendizado de máquina, para analisar um conjunto de oito biomarcadores sanguíneos que sofrem alterações em pacientes com Parkinson.
Os resultados indicaram que a análise da inteligência artificial poderia fornecer um diagnóstico preciso da doença, com uma precisão de 100%. Em seguida, foram realizados experimentos para avaliar se um teste baseado nessa IA poderia prever a probabilidade de desenvolvimento do Parkinson em indivíduos. Para isso, o sangue de 72 pacientes com Transtorno Comportamental de Movimento Rápido dos Olhos (iRBD) foi analisado.
O iRBD é um distúrbio que leva os pacientes a agirem fisicamente seus sonhos de forma involuntária e, de acordo com estudos, a maioria das pessoas com essa condição desenvolverá distúrbios cerebrais, incluindo o Parkinson. A análise do sangue desses pacientes pela IA revelou que 79% deles apresentavam um perfil semelhante ao de pacientes com Parkinson.
Durante um período de 10 anos de acompanhamento, as previsões feitas pela IA se mostraram precisas, identificando corretamente 16 pacientes que desenvolveriam Parkinson até sete anos antes do início dos sintomas. A equipe continua monitorando os demais pacientes para validar ainda mais a precisão do teste.
A pesquisa demonstra como a combinação de biomarcadores sanguíneos e inteligência artificial pode revolucionar o diagnóstico e a previsão da doença de Parkinson, abrindo caminho para tratamentos mais eficazes e intervenções precoces que possam melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Fonte: © CNN Brasil
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