O luto gera alterações neurobiológicas em regiões específicas do cérebro, afetando o sistema límbico e causando intensa experiência emocional.
O luto é um momento de profunda tristeza que pode afetar diferentes áreas do cérebro, gerando consequências físicas e emocionais. É fundamental compreender que o luto não se restringe apenas à morte de alguém querido, podendo se manifestar diante de outras formas de perda, como a de um animal de estimação, de um emprego ou de uma situação financeira complicada.
Em meio ao sofrimento causado pelo luto, é comum sentir uma intensa dor emocional que pode se manifestar de maneiras diversas. É importante buscar apoio e compreensão durante esse período delicado, permitindo-se vivenciar o processo de luto de forma saudável e respeitando o tempo necessário para a superação.
Luto: Uma Experiência Emocional Intensa e suas Alterações Neurobiológicas
Cada indivíduo vivencia o luto de maneira única, não havendo um padrão estabelecido. A perda de alguém querido pode acelerar o envelhecimento, como revela uma pesquisa recente. A ansiedade, por sua vez, pode triplicar o risco de demência, conforme indicado por estudos.
A fragilidade emocional de uma pessoa pode influenciar significativamente o processo de luto. Quanto mais vulnerável emocionalmente, mais desafiador será enfrentar esse período. Por outro lado, indivíduos emocionalmente mais resilientes tendem a lidar de forma menos dolorosa com o luto, pois possuem recursos para elaborar a perda e seguir em frente.
Marcella Pinto Maia Rett, diretora do setor de Psicologia do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo (Iamspe), destaca a associação do luto com alterações neurobiológicas. Estudos científicos apontam mudanças em diversas regiões do cérebro, incluindo o sistema límbico, o circuito de recompensa cerebral e o córtex pré-frontal. Tais alterações também podem afetar o sistema imunológico.
Durante o luto, observam-se modificações como a ativação do sistema nervoso simpático, resultando em aumento do estresse e da ansiedade. Além disso, ocorrem alterações na atividade cerebral, especialmente em áreas ligadas ao processamento emocional e à memória. Mudanças nos níveis de neurotransmissores, como a diminuição de serotonina, estão associadas a sintomas de depressão. O impacto no sistema imunológico pode tornar o corpo mais suscetível a doenças.
A psiquiatra Jessica Martani ressalta que o intenso estresse durante o luto pode ocasionar alterações em regiões cerebrais como a amígdala e o hipocampo, responsáveis pela regulação das emoções. A desregulação dos níveis de serotonina e dopamina pode resultar em tristeza, ansiedade e instabilidade emocional.
Essas mudanças, se persistentes, podem ser prejudiciais, aumentando a vulnerabilidade a doenças físicas e mentais. O envelhecimento acelerado é uma consequência possível da perda de um ente querido, como revela um estudo da Columbia University School of Public Health e do Butler Columbia Aging Center.
Os pesquisadores analisaram dados do National Longitudinal Study of Adolescent to Adult Health, iniciado em 1994 e 1995, que acompanhou participantes desde a adolescência até a idade adulta. A perda de uma pessoa amada pode desencadear mudanças no corpo e no cérebro, impactando a saúde física e mental a longo prazo.
Fonte: © CNN Brasil
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