Em junho, 22 de 26 índices da bolsa fecharam positivos, mas o quadro negativo dos últimos seis meses persiste.
O mês de junho foi o segundo de 2024 em que a bolsa teve alta, de 1,48%. Ainda assim, no primeiro semestre, ela deixou a desejar e fechou o período com queda de 7,66%. Mas ela não foi a única. Mesmo que no último mês 22 dos 26 principais índices da bolsa tenham ficado no azul, isso não foi o suficiente para mudar o quadro negativo da bolsa no ano.
No cenário financeiro, a volatilidade da bolsa de valores tem sido um desafio para muitos investidores. A incerteza do mercado de ações reflete diretamente nos resultados dos investimentos. É importante estar atento às oscilações da bolsa para tomar decisões assertivas.
Desempenho da Bolsa nos Últimos Seis Meses
Nos últimos seis meses, apenas quatro períodos apresentaram alta no mercado financeiro de ações. E o destaque dessas valorizações fica por conta do único índice da B3 que se destaca do restante do mercado brasileiro. Entre os outros três índices, apenas um realmente reúne ações de empresas listadas na B3.
O fraco desempenho da bolsa brasileira neste ano até agora pode ser atribuído, em grande parte, a uma frustração de expectativas. No final de 2023, as previsões dos analistas indicavam uma queda nas taxas de juros nos Estados Unidos, seguida por uma trajetória descendente no Brasil. No entanto, a realidade foi outra. Com dados inflacionários ainda preocupantes, as taxas nos EUA permaneceram em níveis recordes, enquanto a Selic no Brasil parou de cair mais cedo do que o previsto. Isso levou os investidores a manterem seus investimentos na renda fixa.
Além disso, o cenário de incertezas relacionadas à situação fiscal no Brasil contribuiu para a falta de ímpeto da bolsa brasileira em registrar altas. Enquanto isso, as bolsas americanas viram uma valorização significativa na primeira metade de 2024, impulsionadas principalmente pelo setor de tecnologia.
A ascensão das ações relacionadas à inteligência artificial nesse setor foi responsável pela alta nas bolsas dos EUA. Não é de surpreender que na bolsa brasileira, o índice que lidera a lista de valorizações no ano seja o BDRX, que engloba os Brazilian Depositary Receipts (BDRs) não patrocinados negociados na B3. No primeiro semestre, o BDRX acumulou uma alta de 41,07%, destacando-se ainda mais com a maior valorização do mês de junho, atingindo 12,79%.
Os BDRs permitem que os investidores apliquem indiretamente em ações de empresas estrangeiras listadas no exterior, como Nvidia, Amazon e Apple, por meio da bolsa brasileira. Em contrapartida, o segundo lugar na lista dos quatro índices com alta no primeiro semestre ficou com o INDX, composto por ações do setor industrial, que registrou uma valorização de 3,53% nos primeiros seis meses.
No mês de junho, o INDX também se destacou com um avanço de 6,01%, ficando na vice-liderança das maiores valorizações. Empresas como JBS, BRF, Embraer e WEG, que têm peso significativo no índice, se beneficiaram do dólar mais alto, impulsionando suas receitas e, consequentemente, suas ações.
Encerrando a lista dos quatro índices com alta no primeiro semestre, estão dois índices ligados aos fundos imobiliários, também conhecidos como FIIs. O IFIX, que reúne os FIIs, teve um aumento de 1,08% nos primeiros seis meses, enquanto o IFIL, composto por FIIs de alta liquidez, registrou uma alta de 1,06%.
No entanto, em junho, o desempenho de ambos os índices decepcionou, resultando em quedas de 1,04% em ambas as situações. Essa mudança no cenário reflete a volatilidade e os desafios enfrentados pelo mercado de bolsa nos últimos meses.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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