Xenotransplante geneticamente editado para reduzir a escassez de órgãos; uma solução promissora, diz Leonardo Riella.
O Hospital de Massachusetts General, situado em Boston, nos Estados Unidos, divulgou hoje que efetuou com êxito o pioneiro transplante de um rim de porco geneticamente editado em um paciente vivo. De acordo com informações divulgadas, a operação, realizada no último dia 16 em um paciente de 62 anos, foi um marco na medicina.
O transplante é uma cirurgia complexa que envolve a substituição de um órgão ou tecido danificado por um saudável, possibilitando uma melhora significativa na qualidade de vida do paciente. Este avanço no campo dos transplantes traz esperança para milhares de pessoas que aguardam na fila de espera por um novo órgão.
Transplante Xenotransplante e suas vantagens
A equipe que realizou a cirurgia pioneira foi liderada por um nefrologista brasileiro, Leonardo Riella, que é diretor médico de transplante renal do hospital. Riella expressou sua emoção durante o anúncio, destacando o intenso comprometimento de sua equipe. Eles dedicaram tempo e esforço incansáveis para que o procedimento fosse um sucesso, trabalhando arduamente dia e noite.
O xenotransplante, que envolve a transferência de órgãos de espécies diferentes, foi realizado em Richard Slayman, um paciente com doença renal terminal. A cirurgia teve a duração de quatro horas e marcou um marco na área da saúde. Slayman já havia passado por um transplante em 2018 após anos de diálise, convivendo também com diabetes tipo 2 e hipertensão.
No ano anterior, o órgão transplantado começou a apresentar falhas, levando Slayman a retomar sessões de diálise. No entanto, complicações vasculares surgiram, e o paciente passou por 16 procedimentos cirúrgicos para corrigir as intercorrências. Diante disso, o nefrologista e a equipe propuseram o transplante de rim de porco, explicando os prós e contras do procedimento.
O avanço do Transplante Geneticamente Editado
A tecnologia CRISPR-Cas9, conhecida como ‘tesouras mágicas’ e laureada com o Prêmio Nobel em 2020, foi fundamental no sucesso do transplante. O órgão suíno foi submetido a 69 edições genômicas para reduzir genes de rejeição e aumentar a compatibilidade com humanos. O processo revolucionário de edições genômicas abriu portas para possibilitar transplantes mais eficazes e seguros.
Leonardo Riella, um médico respeitado formado pela UFPR, Unifesp e com residência no Brigham and Women’s Hospital, liderou a equipe responsável pelo transplante histórico. Ele destaca a importância do trabalho em equipe na consecução desse feito inovador, visando melhorar a qualidade de vida dos pacientes e reduzir o sofrimento daqueles na lista de espera por órgãos.
O xenotransplante surge como uma promissora solução para a escassez de órgãos enfrentada pela comunidade médica, especialmente nos Estados Unidos, onde mais de 100 mil pessoas aguardam por transplantes. A realização bem-sucedida desses procedimentos representam um avanço significativo no campo da medicina e oferecem esperança a milhares de pacientes em todo o mundo.
Fonte: @ Veja Abril
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