Em 2023, superfície de água do território do Brasil encolheu 3% em relação a 2022. Situação crítica no Pantanal, segundo levantamento divulgado.
Em 2023, a região do Brasil experimentou uma diminuição na quantidade de água disponível. Mesmo nos períodos de chuva, a presença de água na superfície diminuiu, conforme relatório divulgado pela organização MapBiomas, que conta com a participação de diversas instituições, como universidades, ONGs e empresas de tecnologia, para analisar as alterações na cobertura e no uso da terra.
Essa redução na presença de água pode estar relacionada a mudanças na umidade do ar e na distribuição do líquido H2O. É importante monitorar de perto essas transformações e buscar soluções sustentáveis para garantir o acesso a esse recurso vital para a vida no planeta.
Impacto da Umidade na Superfície de Água do Território do Brasil
A perda de umidade registrada no ano passado foi de 3% em comparação com 2022. É como se o líquido esparramado sobre 5.700 km² tivesse evaporado – o equivalente a cinco vezes a cidade de São Paulo. Em 2023, a superfície de água encolheu 3% em relação ao ano anterior. A situação mais crítica é no Pantanal, onde a umidade está em declínio.
Desde 1985, início do período analisado pelo Mapbiomas, a tendência observada no país é de declínio. Especificamente em 2023, a redução foi de 1,5% em relação à média histórica. Atualmente, a água cobre 183.000 km² do território brasileiro, o que corresponde a 2% do total. A tendência geral é de perda de H2O.
A explicação para esse cenário é complexa e se deve a vários fatores como mudança nos padrões de precipitação, aumento de temperatura, verões mais quentes e mais longos, mudanças no uso do solo. Juliano Schirmbeck, coordenador técnico do Mapbiomas Água, divulgou esses dados preocupantes.
O impacto dos eventos climáticos extremos de 2023 é um dos destaques preocupantes da coleção de dados. A Amazônia, por exemplo, iniciou aquele ano com superfície de água acima da média histórica e, meses depois, o bioma enfrentou uma seca sem precedentes. O rio Negro registrou o menor índice desde que seu nível começou a ser acompanhado, há 100 anos.
O Pampa, do lado oposto do Brasil, iniciou os primeiros quatro meses de 2023 na fase mais seca de sua série histórica. Em setembro, chuvas intensas começaram a ocorrer no Sul e provocaram inundações, deixando milhares de desabrigados e dezenas de mortos. A chuva caiu principalmente em cidades que estão dentro do bioma Mata Atlântica, mas a água escorreu para o Pampa e fez com que aumentasse a disponibilidade.
A era dos extremos impulsionados pelas mudanças climáticas, analisa o pesquisador, se mostrou com bastante clareza no ano que passou. Há anos escutamos dos cientistas que as mudanças climáticas provocariam eventos extremos mais graves e com maior frequência. Isso foi visto nos extremos geográficos do Brasil, comentou o coordenador da série do Mapbiomas.
Proporcionalmente, o Pantanal foi o bioma que mais secou desde 1985. Em 2023, a superfície de água anual registrada ficou em 3.820 km², o que representou uma redução de 61% em relação à média histórica. Além da diminuição da área alagada, o tempo em que este terreno fica submerso também caiu. O Pantanal é uma das maiores áreas úmidas do mundo e está sob preocupação especial. A superfície de água anual, que permanece pelo menos seis meses, caiu drasticamente, é a maior redução desde 1985.
Fonte: @ Terra
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