Grupo de acionistas minoritários descontente com nova proposta dos controladores da Cielo. Barsi Filho, Ibiúna e Mantaro permanecem insatisfeitos com oferta pública de aquisição.
Durante o período de 40 dias, um conjunto de acionistas minoritários da Cielo iniciou conversações com os majoritários Bradesco e Banco do Brasil com o intuito de aprimorar a oferta pública de aquisição de ações (OPA) proposta pelos controladores.
A empresa de adquirência Cielo encontra-se em meio a negociações entre acionistas minoritários e majoritários, como Bradesco e Banco do Brasil, visando melhorias na oferta pública de aquisição de ações (OPA) apresentada pelos controladores.
Grupo de Acionistas Discordantes
A proposta de R$ 5,35 (incluindo o pagamento de juros sobre capital próprio de R$ 0,15) por ação da empresa de adquirência, após laudo de avaliação realizado pelo Bank of America, foi considerada abaixo do que os minoritários julgavam ser justo para o fechamento de capital da companhia Cielo.
A expectativa inicial era de uma oferta entre R$ 7,50 e R$ 8,80, dependendo das comparações com concorrentes e dos múltiplos considerados para essa avaliação. No entanto, o grupo de minoritários acabou discordando internamente.
Empresas como Absolute, AZ Quest, Clave, Encore, Vinland e XP, que possuem aproximadamente 7% do capital da Cielo e menos de 20% das ações em livre circulação, se reuniram para negociar uma melhoria na proposta dos controladores. Esse grupo chegou a um consenso com a nova oferta do Bradesco e do BB, elevando a OPA de R$ 5,35 para R$ 5,60 com a inclusão do CDI na liquidação da operação.
Insatisfação de Alguns Acionistas
O upside em relação ao preço de abertura de R$ 5,44 no pregão do dia 3 de abril era de quase 3%. A expectativa de um valor mais elevado persiste entre alguns acionistas minoritários, como Ibiúna, Mantaro e o investidor Luiz Barsi Filho, detentores de menos de 4% do capital da Cielo. Eles ainda enxergam margem para uma oferta superior, mesmo com a recente negociação.
Uma das etapas importantes desse processo é a votação dos acionistas para aceitar a nova proposta, marcada para o dia 23 de abril. Havia a percepção de que R$ 6,30 mais CDI seria o valor ideal, porém as negociações se mostraram desafiadoras e próximas à inflexibilidade de uma das partes envolvidas.
Papel dos Conselheiros e dos Hedge Funds
O Banco do Brasil adotou uma postura firme, exigindo um segundo laudo para elevar o preço da OPA. Os conselheiros independentes da Cielo escolheram o J. Safra para conduzir a nova avaliação. Em determinado momento, os hedge funds não visualizam mais o potencial de valorização da ação e passam a focar na minimização dos riscos em relação ao custo de capital.
Com as novas condições estabelecidas, o BTG Pactual reavaliou a situação da Cielo, rebaixando a recomendação de compra para neutra. Os analistas acreditam que a possibilidade de uma deslistagem bem-sucedida aumentou significativamente sob os novos termos propostos.
Estratégias e Perspectivas Futuras
A transação se mostra estrategicamente vantajosa para os acionistas majoritários, em especial para o Bradesco. A integração completa do Itaú e sua empresa adquirente, a Rede, propiciou ao principal concorrente da Cielo um ganho de participação de mercado significativo. O processo de negociação com o Banco do Brasil para a concretização dessa estratégia será crucial após o encerramento da OPA.
Com um valor de mercado de R$ 14,75 bilhões, a ação da Cielo apresenta um aumento de 20,2% ao longo deste ano, demonstrando o interesse e a movimentação em torno da empresa de adquirência.
Fonte: @ NEO FEED
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